6/27/2014

Doando um Tesouro

   

   Eram 23 horas do dia 23 de junho quando o telefone do Recicla Leitores toca. E do outro lado da linha uma voz rouca, porem  calma. 

   - Alô ? Gostaria de falar com a Victoria. Ela está?

   - Sim, pois não? Aqui é o pai da Victoria e ela não está.

   -É que eu comprei o jornal O São Gonçalo de hoje e veio uma reportagem de uma menina chamada Victoria que esta querendo criar uma biblioteca comunitária, então gostaria de falar com ela, pois tenho uma doação.

Matéria do O São Gonçalo sobre Victoria Wölbert no dia 23/06

   - Então eu posso ajudar. Pois não?

   - Sou um senhor de 71 anos e me impressionou muito a historia contada na matéria e gostaria de todo meu coração contribuir para o projeto dessa menina. 

   A principio pensei que o senhor fosse falar que tinha livros em suas estantes e gostaria de se desfazer deles para o projeto, mas aquela ligação, aquela hora, era muito mais preciosa do que uma biblioteca abarrotada de livros.

   - Queria saber o endereço de vocês para que possa mandar pelo correio um poema de minha autoria que fala sobre a importância do livro na vida de uma pessoa.

   Pausa na minha voz,  por segundos fiquei mudo. Muita coisa passou naquele instante pela minha cabeça. Aquela hora da noite e aquela voz rouca desconhecida me pedindo o endereço. Será que aquela voz sem rosto e corpo falava a verdade?

  Então, depois dessa pausa pequena, mas para mim uma eternidade, comecei a puxar papo antes de confirmar o endereço.  Disse-me que se chamava Marco de Faria Luz, mora em Santa Rosa, Niterói e é um senhor de 71 anos que sofre com a solidão, mas adora escrever poemas e quando viu no jornal a menina que adorava livros e disseminava o habito da leitura lembrou de um poema que tinha feito no ano de 2003 que narra a importância do livro em abrir os olhos das pessoas para o mundo.

   - Há tempos procuro alguém para passar esse meu poema, e a até hoje não via em ninguém a correta utilização destes versos. Mas hoje a sua filha me provou que é merecedora desse tal gesto.

   Aquelas palavras foram como uma faca cortando-me o coração. Eu não tinha mais o que temer  naquela  mansa e rouca voz que já tinha um nome. O senhor  Marco  ganhou a minha confiança e o meu respeito. Antes de passar o endereço, fiz o meu ultimo questionamento.

   - O senhor me permite que ao receber o seu poema eu compartilhe-o para todos os meus amigos e diga  quanto foi importante o seu gesto?

   Agora a pausa no telefone mudou de lado e se pudesse ver a imagem através daquele aparelho veria a alegria no olhar de Marco.

   -É claro que pode, ficarei muito honrado com isso.

  Então MARCO, estou aqui escrevendo o quanto você me deixou feliz naquela quase madrugada de segunda-feira e mais feliz ainda, hoje, quando peguei na portaria o envelope pardo escrito em letras garrafais onde dentro contem o verdadeiro tesouro que enriquece a humanidade. 

“O livro é como a liberdade de ser.
Alma da humanidade, curiosa, inquieta.
O livro nos livra e nos prende, é só se convencer.”     Marco de Faria Luz
 Texto: Alex Wölbert
Poema na integra de Marco Luz



6/25/2014

Orçamento de Livro


Uma dica prática para fazer bonito na encomenda de livro com uma editora por demanda: quando solicitarem um orçamento, peçam sempre que esbocem também o valor de custo e o de venda. Já vi muita situação em que um livro de 100 páginas ficou no site por R$38 reais (!).
O que vai acontecer? O livro vai ficar no site somente como mostruário, porque ninguém vai querer comprar.
Daí, pra baratear, você terá que comprar um lote, mas isso é assunto para a próxima postagem.

Leo Vieira

6/18/2014

Toda Arte é Especial e tem Algo em Comum


Para ser um desenhista é preciso praticar muitos e muitos desenhos constantemente. Compare dois gibis com dez edições de diferença para notar como os traços da edição mais nova estão mais desenvolvido.
Para ser um músico, é preciso muito treino. Jimi Hendrix tocava 12 horas por dia! Nas aulas de desenho e de música, os tópicos são definidos para dar margem para que o aluno pratique as lições de casa.
Seguindo essa linha, por que um escritor somente precisa escrever quando se sentir "inspirado"?
Vá para o word e escreva muito! Pratique, esboce, crie enredos, descreva situações, explore o vocabulário, entre outros exercícios de escrita.
Daquele montante de letras e textos, pode-se então cultivar um bom trabalho.

Uma coisa que um desenhista, um músico e um escritor têm em comum é que os três dificilmente darão dicas detalhadas sobre suas artes e processos criativos. Eles podem até dizer se seus traços, acordes e textos estão bons ou ruins, mas o conselho será o mesmo: Treine!
A ideia está meio travada na sua mente? Você não sabe ainda por onde começar? Você está meio perdido no rumo dos personagens? Você ainda não sabe se fará em primeira ou terceira pessoa?
Escreva!

Leo Vieira

6/11/2014

A Diferença Entre Contratos de Editoras


Eu odeio postar indireta, mas essa carapuça vai vestir muito bem naqueles  autores iniciantes que divulgam que fechou um "contrato editorial", com um emotion sorridente, só aguardando a enxurrada virtual de parabéns de colegas e blogueiros adicionados nas redes sociais. Daí você também se prepara para congratulá-lo, mas descobre que o que ele disse foi incoerente, mas também você não quer "jogar um balde de água fria". Talvez o autor novato não entenda a diferença por ser leigo.
Outra ocasião, em um encontro literário, conheci pessoalmente uma colega virtual, também autora. Conversamos sobre nossos livros publicados e atividades literárias, mas ela girava no assunto de que havia um "contrato editorial" com a tal editora, mas que ela havia pago revisão, ilustração, diagramação, registros, lotes, além de cuidar pessoalmente da divulgação. Perguntei se era uma editora por demanda e ela até ficou contrariada, como que se aquilo fosse algo pejorativo.

Isso tem me preocupado porque parece uma mistura de ingenuidade com arrogância e pseudo-estrelismo. Independente de nossas vendas, todos nós, autores iniciantes, estamos no mesmo barco e também não custa nada um pouco mais de aprendizado e humildade.
Se você não quer mais cometer gafes literárias, nem se iludir ou ser iludido; nem passar por desinformado aprenda que ninguém fecha "contrato editorial" com EDITORA POR DEMANDA, e sim "contrato de prestação de serviços". Há diferenças gritantes entre os dois contratos, assim como entre as editoras.

Contrato editorial: A editora investe em sua obra, com revisão, diagramação, arte da capa, registros de ISBN, Ficha Catalográfica e Código de barras; distribuição em livrarias, bancas e/ou lojas; publicidade, assessoria comercial, literária e jornalística; venda e repasse dos royalties.

Contrato de prestação de serviços: O autor que investe em todos os serviços gráficos, inclusive o lote. Não existe departamento de marketing ou vendas. O livro fica em exposição no site. A despesa dos serviços, lotes e a responsabilidade de vendas é totalmente do autor/cliente.

Editora por demanda somente nos oferece serviços gráficos. Se ela demonstrar que está oferecendo serviço editorial sem custo, porém cobrando sutilmente ("é grátis, mas você tem que comprar quinhentos livros"); ela então está te iludindo. Mas se você fecha contrato de prestação de serviços achando que editora é tudo igual, então você que se iludiu.
Ninguém é menos escritor pelo fato de investir em sua obra. Se você acredita em seu potencial, vá a luta, encomende o seu lote e desbrave o maravilhoso mundo literário.
As editoras maiores enxergam números de vendas e por esse motivo, querem ver a sua luta.


Leo Vieira

6/05/2014

O Brasil de João


   É muito triste ver o meu país de escolas com instalações precárias. Crianças são sujeitadas a conviverem entre goteiras que formam poças enormes nas salas de aulas. Carteiras quebradas onde o aluno se preocupa mais em pensar como vai fazer para escrever do que na própria matéria passada pelo professor. Banheiros com tubulações quebradas onde falta água para o mínimo de higiene dos alunos e professores. A qualidade da merenda que chega às crianças muitas vezes não supre o mínimo para a sua nutrição e interfere de forma direta no crescimento e desenvolvimento intelectual.  - É o famoso macarrão com salsicha, que muitas vezes é a única refeição para algumas crianças que não tem o que comer em casa.

  Podemos colocar nesse imenso circo de horrores  chamado educação no Brasil os injustos salários dos professores. Esses sim são guerreiros que fazem milagres para sobreviver e graças a eles e o amor por desenvolver essa profissão nobre a educação ainda caminha e vemos luzes no fim desse comprido túnel.

  Todos os que educam com amor são exemplos para todos nós, mas gostaria de falar de um em especial. Um professor que como referida na musica dos “Paralamas”  tinha a cor do Brasil. Não só a cor, mas o Professor João Pereira da Silva tinha tanto haver com o seu país que fez dele parte do seu nome.

   Em 12 de fevereiro de 1874 nascia na cidade de Nova Friburgo João Pereira da Silva, filho do casal Clara Maria da Conceição do Nascimento e Desidério de Oliveira. Sempre com muita dificuldade João ajudava no orçamento familiar trabalhando como caixeiro ao mesmo tempo em que fazia seu primário na cidade de Macuco.      

João Pereira da Silva - João Brazil
   Foi aos 15 anos que o lado educador de João aflorou e mesmo tendo apenas o curso primário começou a lecionar para quatro alunos nos fundos da oficina do irmão mais velho que trabalhava como ferreiro. E não demorou muito para João erguer o Colégio Nossa Senhora da Conceição, sua primeira escola  dentro de uma Fazenda chamada Maravilha onde lecionava para os funcionários.     

   A popularidade do professor João fez com que o coronel Alfredo de Morais dono da Fazenda Providência contratasse-o para lecionar, e em 1893 se transferiu para São Francisco de Paula. Um ano depois foi nomeado professor público em Lumiar onde exerceu essa atividade por 4 anos. Foi nessa época que conheceu Magnólia, sua companheira para toda vida. Casaram-se em 1900 e seguindo a máxima de que atrás de um grande homem existe uma grande mulher, com ajuda de Magnólia no dia 12 de outubro de 1902 fundava em Estrada Nova, município de Itaocara, o Colégio Brasil. Batalhador como sempre foi, fez ele mesmo as primeira mesas e cadeiras de caixotes de madeira  para seus 6 únicos alunos.

Foto da tela de Darke Parreiras, presenteada pelos ex-alunos do Colégio Brasil no seu cinquentenário, em 12/10/1952. Ela reproduz a escolinha com carteiras feitas pelo próprio Prof. João Brazil, de caixotes de bacalhau
   Em 1909 mudou o colégio de Itaocara para Cordeiro onde também fundaria um banco e um jornal. Foi neste mesmo ano que adotou sua pátria ao nome passando a se chamar João Brazil. O motivo dessa mudança foi a má fama de um homônimo na cidade de Nova Friburgo.

    Foi em 1914 que João Brazil adotou de vez a cidade de Niterói alugando a chácara de seu xará João Rodrigues Serrão, onde hoje é a Noronha Torrezão. Não demorou e João Brazil, prestes a completar 10 anos residentes na cidade sorriso, ganhou o maior de seus presentes do então prefeito Cantidiano Rosa,  o contrato de cessão da utilização do patrimônio que pertenceu à Constantino Pereira de Barros, o famoso barão de São João de Icaraí. O belíssimo palacete que então estava funcionando como o asilo da Velhice Desamparada. Neste lugar João Brazil pode dar continuidade ao que sempre quis fazer em toda sua vida, educar. E assim o Colégio Brasil se tornou referencia na educação Niteroiense e no Brasil. No começo o colégio funcionava como internato e externato para rapazes e somente na década de 30 o colégio abriu as portas para meninas.

Acima paio interno e abaixo entrada do Colégio Brasil década de 40
Crédito: Araken França

    Muitas personalidades importantes no cenário nacional  passaram pelo 
Colégio Brasil como músicos, cineastas,  educadores, políticos, militares e até um rei. - “Falando sério, bicho!” -  É, foi no Colégio Brasil que rei Roberto Carlos aprendeu a ser “o cara”.

    Dez anos antes de falecer em 6 de maio de 1940, João Brazil ainda fundou o Colégio Guanabara em 1931 e fundou em 1932 o jornal “O Estudante” um órgão de alunos do Colégio Brasil.     

Pavilhão principal do Colégio Brasil (1902-1985)
    O Colégio Brasil ainda funcionou quase meio século após a morte de seu criador. Fechou as portas em 1985 e infelizmente nos dias de hoje o histórico palacete localizado na Alameda São Boaventura corre o risco de não mais existir, podendo vir a desabar ou mesmo virar estacionamento do condomínio que faz parte do terreno. Mas para que isso não aconteça a família Brazil, moradores do Fonseca e ex-alunos e professores do colégio brigam pelo seu tombamento e a criação de um espaço cultural no lugar e assim mantendo a história e a memória desse bem importantíssimo para cidade de Niterói.

Imagem (externa) do antigo Colégio Brasil
   Merecidamente este educador tão importante  foi homenageado de diversas formas pelo Brasil a fora após sua morte, mas dentre as mais importantes na cidade de Niterói está Escola Municipal João Brazil no morro do Castro e a Avenida Professor João Brasil tão importante para o gonçalense de Alcântara que trabalha no Rio,  corta por Tenente Jardim para fugir do engarrafamento da Alameda.

    A Escola Municipal foi criada por decreto número 2788/77 no ano de 1977, apesar do primeiro tijolo ser colocado em 1976 na prefeitura de Ronaldo Fabrício tendo como secretário de educação e cultura o Professor Helter Barcellos. Em 1977 o então prefeito Moreira Franco continuou a obra da escola que foi construída no terreno do famoso Dr. Raul de Castro Alves, que deu o nome ao morro do Castro.

   Quanto a Avenida Professor João Brasil essa tem mais idade, foi pelo decreto de 2 de maio de 1950 do prefeito Rocha Werneck. Só em setembro de 1952 seu traçado foi aprovado pelo prefeito Daniel Paz de Almeida e outubro do mesmo ano as obras começaram. E assim Inaugurada  em 1954 na gestão do prefeito Lealdino Alcântara que por uma coincidência do destino um de seus genros.

  Infelizmente um erro de interpretação no acordo de utilização da nova ortografia de 15 de junho de 1931, aprovada pela Academia Brasileira de Letras e a Academia de Ciências de Lisboa em decreto número 20.108 pelo presidente Getúlio Vargas fez erroneamente com que o nome do homenageado fosse escrito com “S” e não com “Z”.  O acordo Ortográfico Luso-Brasileiro resolveu fixar a grafia de Brasil e não mais Brazil. Mas quanto ao nosso professor não poderíamos levar em consideração essa mudança, pois se trata de um nome próprio.

   Podemos dizer que nossas vidas são comparadas a um filme onde somos roteiristas, diretores e protagonistas. Que por vezes fazemos dela, a vida,  um romance, drama, terror e até comédia. Alguns fazem verdadeiras obras dignas de Oscar. E quem você gostaria de interpretar neste filme chamado de vida? Um “João-Bobo” insistindo em votar em políticos que não dão a mínima para o seu país, preferindo gastar milhões em estádios de futebol deixando de investir na saúde e educação. Ou você prefere interpretar personagens como nosso professor João Brazil, que mesmo nascendo pobre e mulato em um país cheio de preconceitos conseguiu dar a volta por cima trabalhando muito pela educação e acreditando tanto no seu país que fez dele extensão de seu próprio nome.

Queremos nosso Brasil desses João.

Texto: Alex Wölbert 

Fontes:
Família Brazil

CDP – Centro de Documentação e Pesquisa de Niterói.

CURIOSIDADE:

·         Em 1936 candidatou-se a vereador, mas não foi eleito.
·         Casado com a professora Magnólia Brasil, tiveram 7 filhos. Zoraida, Rubens, Ilka, Ruth, Zélia, Zuleika e João Brazil Júnior.
·          É patrono da cadeira 21 da Academia Itaocarense de Letras.
·         Fez parte da sociedade que reorganizou o Conservatório de Música de Niterói e da comissão que no ano seguinte reformou a matriz de São Lourenço.
·         Alunos famosos do Colégio João Brasil são o músico Sérgio Mendes,  as cantoras Marília Medalha e Teresa Tinoco, o maestro Eduardo Lajes, o diretor de televisão Moacyr Deriquém e o cineasta Walter Lima Junior além é claro de Roberto Carlos.
·         O prédio onde foi sede do Colégio Brasil em Niterói foi do Barão de São João de Icará que  foi descendente do médico Francisco da Fonseca Diniz, proprietário das terras de onde é o bairro Fonseca, daí o nome do bairro.
·         Letra do Hino
Hino do Colégio Brasil
Música de Maestro Felício Toledo e letra de Dr. A. Gonçalves


Pela Pátria sejamos, um dia,
Povo heróico da Patria feliz,
Exaltemos o ardor que irradia
Toda a glória do nosso País!

coro:
O Colégio Brasil, sempre à frente,
Sempre grande, a lutar, e a vencer,
Seja o templo da luz eloquente
Aclarando o infinito; O SABER!
Que os luzeiros da Pátria fremente
Do futuro os heróis devem ser...

Pelo livro, na ciência que vence,
Seja a nossa divisa: ESTUDAR,
Que o futuro somente pertence
Quem deseja crescer... e marchar...

Coro..

Passo altivo o Brasil, nossa terra
Inspirado no Céu sempre azul,
Elevar a grandeza que encerra,
Desde o Norte às coxilhas do Sul!

Coro..

Seja a Escola a esperança suprema
Toda envolta na Fé, no Labor...
Que se parta, nos pulsos, a algema
Onde possa vibrar nosso AMOR 

Coro...

6/04/2014

Os Cenários


Como sempre informo, escrever é uma habilidade de construir ideias e sonhos apenas com as palavras. Para isso, o escritor deve dominar muito bem o seu vocabulário para expressar de forma mais articulada e criativa possível, a fim de fazer o leitor se desprender do texto e imaginar mais facilmente. O autor não pode utilizar linguagem rebuscada, nem mesmo contar a história de forma complexa, para não tornar a obra difícil. A mente deve andar junta com a leitura e fluir com naturalidade. Se tentar bancar de diplomata, você vai cansar e perder o leitor aos poucos.
Além de dominar bem a história, o que é essencial, você também precisa saber o que está fazendo. Nem sempre você precisa estar no local para descrever melhor o cenário. Apenas uma pesquisa habitual é necessária, para não deixar escapar umas incoerências indigestas.
Você é livre para imaginar. Deve abusar ao máximo da imaginação. Mas também tem que saber que certas coisas têm limites e até mesmo proibições para apresentar um espaço a ser habitado pelos personagens. Tudo depende da temática de sua obra.
Exemplo: Dan Brown, em "Anjos e Demônios", narrou uma aventura policial situada no Vaticano. Porém, ele colocou tantas incoerências e divergências turísticas que a editora precisou revisar a obra com jornalistas e consultores especializados, onde inclusive, inseriu um pequeno mapa impresso ao livro, na edição seguinte.
Não tenha preguiça de pesquisar. Observe paisagens e seja criativo na descrição no texto. Analise mapas e procure explicar de forma prática e criativa. Cuidado para descrever baldeações em tempos inexistentes, a não ser que seja em veículos potentes. Reforce em detalhes turísticos. Você pode até criar e embelezar algum, desde que esteja seguro na informação. Visite bastante o cenário com a sua imaginação.

Leo Vieira