4/20/2015

Parcerias que Devem Ser Evitadas

Isso é um assunto que com certeza já aconteceu e ainda acontece com a maioria dos profissionais da arte e das letras. Da mesma forma, também merece uma resenha: As propostas de trabalho sem retorno financeiro.
Volta e meia sou convidado para fazer pesquisa, desenvolver textos, organizar
projetos e até esboçar trâmites empresariais sem nenhum tipo de contrato ou
comissionamento. Em alguns deles, eu procuro recusar gentilmente e em outros eu nem mesmo me preocupo em responder.
Há algum tempo, fui convidado por um colega produtor teatral para pesquisar e
escrever um livro que seria baseado em uma peça dele. Ele havia dado muita
recomendação sobre como queria a obra; com aprofundamento com dados jornalísticos, narrativa mais verossímil, entre outras coisas. Recebi o material e fui deixando ele falar enquanto analisava tudo e nada dele falar em pagamento. O colega do teatro estava entusiasmado, mas não me deixava nada animado na questão salarial, até que ele soltou: "se houver lucro nas vendas, a gente divide".
Perguntei se a gente teria algum tipo de contrato e ele recusou. Sem contrato, nem garantia de recebimento. Apenas eu receberia algo se o livro (que eu escreveria sozinho, baseado na peça dele) obtivesse lucro.
Neste caso, expliquei o tempo que seria por mim dedicado e investido neste trabalho; afinal, uma boa parceria é a que proporciona um bom resultado para os dois lados. Ressaltei que se o livro (pesquisado, desenvolvido e escrito por mim) não obtivesse nenhum lucro, o trabalho seria realizado apenas para o bem dele, porém eu ficaria lesado porque não receberia nada.

Em outra ocasião, fui convidado para atuar em uma produção cinematográfica onde o recebimento seria hipotético. Eu topei pelo fato do trabalho ter sido rápido e também por ser amigo do produtor. Até aí tudo bem, mas depois eu fui convocado também para escalar o restante do elenco e convencer aos demais atores que teriam que trabalhar sem receber. Não teria contrato porque segundo o produtor, não haveria nenhuma garantia de retorno financeiro. Notei também que o ritmo da produção andava lenta exatamente por isso, com alguns profissionais envolvidos abandonando a obra.
Expliquei que contrato é um meio de preservação por ambas as partes, evitando possíveis processos de exigências autorais e financeiras posteriores.
São esses tipos de desgastes que podemos ter quando não raciocinamos como profissionais. Não dá pra ficar a vida inteira trabalhando somente pela

"camaradagem".

Leo Vieira

Conheça mais sobre o Leo Terário e o projeto de incentivo à leitura "Leia + Livros" na página "Antro Literário".


® Leo Vieira- Direitos Reservados

4/06/2015

Valorize-se Escritor!


Certa vez eu fui ao dentista e durante a minha espera, apareceu uma senhora com o seu filho adolescente precisando de um serviço emergencial (a clínica onde ele é atendido já estava fechada). Ela informou uma parte do aparelho do rapaz havia se quebrado, deixando solto uma parte do cabo de metal, correndo grande risco de ferir a bochecha dele. A mãe alegou que somente precisaria  cortar o pedaço do metal, porém o dentista disse que teria que remover o cabo inteiro e colocar outro (provisório) até o jovem ser atendido pelo dentista original para apertar o aparelho devidamente. O serviço teria o valor de uma consulta e a mãe (esperando apenas por uma gambiarra grátis ou com um valor simbólico) logo desistiu do orçamento, indo embora com o menino.

Isso me fez pensar em muitas ocasiões em que outros profissionais são desvalorizados e se deixam desvalorizar com esses tipos de clientes. Os desenhistas convidados para "fazer um desenho rápido", um taxista "pra levar daqui até ali", um designer "pra dar um jeitinho no site", um advogado "pra dar uma olhadinha no processo", entre outras coisas.

Não tenha medo de perder um cliente. Continue profissional e confiante que o seu reconhecimento chegará.
Leo Vieira

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